Condições de saúde

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Hipertensão arterial

Tipo da Condição: Cardiovasculares

A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) nada mais é que a persistência de valores de pressão arterial persistentemente acima dos recomendados. De acordo com os atuais critérios da Sociedade Brasileira de Hipertensão, a doença é definida quando há registro de pressão alta em, pelo menos, duas medidas, em encontros clínicos diferentes.

Recentemente, as novas diretrizes americanas consideraram pessoas com hipertensão, aquelas com valores acima de 130x80mmHg, mas tais pontos de corte ainda variam de acordo com cada sociedade médica.

A pressão alta pode vir isolada ou acompanhada de doenças / fatores de risco preexistentes. Não há uma causa definida, mas se sabe que a obesidade, o sedentarismo, a história familiar e o tabagismo estão muito associados a tal condição.

Diante de uma suspeita de HAS, o médico de família deverá confirmar o diagnóstico através da monitorização da pressão arterial e, a partir dos resultados, instituir o tratamento mais adequado.

                O tratamento não farmacológico consiste em uma série de mudanças de estilo de vida, como aumento da atividade física, perda de peso, dieta mais saudável (com restrição de sal), cessação do tabagismo e redução do consumo de bebidas alcoólicas.                 Para as pessoas que também necessitarão de um tratamento medicamento, existem diversas classes de remédio disponíveis e que serão definidas em conjunto com o médico, levando em consideração as comorbidades da pessoa, o perfil de efeitos colaterais e o seu benefício na prevenção de efeitos adversos, como infartos e derrames.

Palpitação e Arritmias

Tipo da Condição: Cardiovasculares

A arritmia cardíaca é definida como qualquer anormalidade ou perturbação na sequência normal de ativação do coração. Isso inclui frequências cardíacas muito baixas, frequências cardíacas elevadas ou, até, ritmo cardíaco diferente do ritmo habitual.

Muitos tipos de arritmias podem cursar com sensação de palpitação. A arritmia mais comum da prática do Médico de Família é a extrassístole, que é caracterizada por uma sensação de batimento fora do normal. Essa condição quase nunca é indicativa de doença grave e pode estar sendo precipitada por uso de alguns medicamentos ou substâncias estimulantes, ou mesmo, por doenças que levam a uma aceleração do metabolismo. Sabendo disso, tais arritmias quase nunca demandam tratamento medicamentoso, a não ser quando provocam muitos sintomas. Também é importante ressaltar que o MFC está apto para identificar e corrigir fatores que possam estar precipitando tais queixas.

Dor no peito

Tipo da Condição: Cardiovasculares

A dor no peito é um sintoma muito comum e pode acometer até 30% das pessoas ao longo de suas vidas. Existem diversas causas para a dor torácica, como dor de origem muscular, cardíaca, pulmonar, gastroesofágica.

O médico, quando diante da possibilidade de ser uma dor de origem cardíaca, deve questionar sobre a história familiar da pessoa, suas comorbidades, além de investigar, de forma detalhada, como essa dor ocorre. Além disso, também poderá lançar mão de exames como o eletrocardiograma (ECG) e o teste ergométrico (conhecido como teste da esteira), a fim de confirmar a origem cardíaca da queixa.

Assim, é muito importante o contato regular com o médico de referência, a fim de que, juntos, descubram a origem da dor no peito e as melhores possibilidades de tratamento.

Pneumonia

Tipo da Condição: Respiratórios

A pneumonia é uma infecção do parênquima pulmonar que envolve os bronquíolos, os brônquios e, em alguns casos, até a pleura (tecido que revestem os pulmões). Pode ser adquirida na comunidade ou, também, em ambiente hospitalar. Além disso, a pneumonia pode ser causada por bactérias, na grande maioria dos casos, mas também pode ter, como agentes de infecção, alguns vírus e fungos.

É muito comum que a pessoa com pneumonia sinta tosse (seca ou produtiva), febre, falta de ar, taquicardia, além de ruídos na respiração. Também é importante lembrar que, em idosos, os sintomas podem ser mais discretos e, por vezes, virem acompanhamos de confusão mental. Os exames complementares podem ser úteis na confirmação do diagnóstico, na avaliação das comorbidades e no diagnóstico das complicações. O médico, por sua vez, após confirmar o diagnóstico, poderá definir qual será o melhor tratamento e se este ocorrerá à nível domiciliar ou hospitalar.

Rinite Alégica

Tipo da Condição: Respiratórios

A rinite é uma condição inflamatória que afeta a mucosa do nariz. Seus sintomas incluem obstrução nasal, espirros, coceira no nariz, nos olhos e no fundo da garganta, além de secreção nasal transparente. Na rinite alérgica, sabe-se que esses sintomas são decorrentes de uma intensa reação inflamatória em resposta a alérgenos específicos. Apesar da condição ser relativamente simples, ela produz um impacto importante na qualidade de vida e nos custos de saúde. Dessa maneira, é muito importante que o médico de família explore a possibilidade de a condição não estar sendo adequadamente tratada, de os sintomas não estarem controlados, ou mesmo, da possibilidade de a pessoa estar com condições associadas, como sinusites, que exigiriam tratamentos complementares.

Asma

Tipo da Condição: Respiratórios

A asma é uma doença pulmonar caracterizada por uma resposta inflamatória muito intensa das vias aéreas. A prevalência média brasileira da condição é bem alta, chegando a 24% na população pediátrica.

O diagnóstico de asma sempre deve ser considerado nas pessoas que apresentem episódios frequentes de falta de ar, chiado, sensação de opressão no peito e tosse, principalmente à noite e de manhã, ao acordar.

Além disso, a pessoa com asma pode perceber que os sintomas são desencadeados ou agravados quando ficam resfriados, quando se submetem a exercícios físicos ou quando entram em ambientes ricos em poeira doméstica, fumaça de cigarro ou com cheiros fortes, por exemplo.

O médico de família, diante dessa condição, além de ter a responsabilidade de realizar o correto diagnóstico e instituir o tratamento mais adequado, de acordo com a severidade dos sintomas, deve explorar as situações que podem desencadear a doença e também reforçar as medidas que podem ser tomadas dentro de casa e que poderão ajudar a controlar a doença.

Pielonefrite

Tipo da Condição: Vias Urinárias

A pielonefrite (infecção dos rins) normalmente ocorre devido a um agravamento da infecção urinária baixa. Além dos sintomas urinários como dor, ardência, sensação de esvaziamento incompleto da bexiga, a pessoa pode apresentar sintomas sistêmicos como febre e até dor lombar. Este quadro clínico exige um diagnóstico precoce, além de tratamento, por vezes dentro do ambiente hospitalar. Assim, diante a possibilidade de pielonefrite, a pessoa deverá entrar em contato imediatamente com seu médico de referência ou, na impossibilidade, dirigir-se ao pronto-socorro, a fim de evitar um agravamento da condição.

Cistite aguda (infecção da bexiga)

Tipo da Condição: Vias Urinárias

A infecção urinária é uma queixa muito frequente no consultório do médico de família, sendo que a principal causa é a ascensão de bactérias do intestino para a uretra, que acabam atingindo a bexiga. Devido ao menor tamanho da uretra, a infecção do trato urinário baixa é muito mais comum em mulheres. Mulheres sexualmente ativas, inclusive, têm, aproximadamente, um episódio de infecção urinária ao ano.

O quadro clínico normalmente causa ardência, dor, presença de sangue, pode aumentar a frequência de vezes que uma pessoa vai ao banheiro e também pode dar uma sensação de esvaziamento incompleto da bexiga.

Para o adequado diagnóstico e tratamento, é imprescindível que o paciente entre em contato com seu médico de referência, a fim de evitar o agravamento da infecção.

Corrimento vaginal

Tipo da Condição: Aparelho Reprodutor

O corrimento vaginal é um dos principais motivos de consulta ginecológica. Entre as causas que podem caracterizar alguma doença estão as vaginoses bacterianas, a candidíase vaginal, a tricomoníase, a gonorreia e a clamídia. Algumas são consideradas infecções sexualmente transmissíveis e outras podem ocorrer até em mulheres que nunca tiveram relação sexual. É importante que o MFC investigue as características do corrimento vaginal como coloração, presença de odor, presença de dor na relação sexual, presença de coceira, por exemplo. Com base nesses dados, coletados na entrevista clínica, e também de acordo com o exame físico, o médico poderá utilizar exames complementares para confirmar o diagnóstico, ou mesmo já iniciar o tratamento.

Check up / Exames de rotina

Tipo da Condição: Gerais

A prática de rastreamento consiste na tentativa de detectar doenças na fase inicial por meio de procedimentos clínicos ou de exames complementares em pessoas que não tem nenhum sintoma.

Deve-se ter em mente que o rastreamento de doenças se assemelha à cereja do bolo na Atenção Primária à Saúde. Bolo, este, composto pelos seguintes ingredientes fundamentais: cuidado que acompanha a pessoa ao longo de sua vida, personalizado, de boa qualidade e que também é orientado para a promoção da saúde e prevenção de doenças.

                Sabendo disso, a solicitação de exames, ao contrário do que se apregoa na mídia e na prática altamente difundida de check-ups extensos, deve ser seletiva, cuidadosa e baseada em princípios científicos que levem em conta, além do gênero e da faixa etária, o tipo de doença a rastrear, a confiabilidade dos testes de rastreamento, a eficácia e a segurança dos tratamentos existentes, além de aspectos éticos e econômicos.

                A simples disponibilidade de um teste de rastreamento para certa doença não é suficiente para justificar sua recomendação. Para tanto, o médico deve ter uma noção completa e compartilhá-la com a pessoa atendida acerca do que um diagnóstico em uma fase assintomática pode representar, quais riscos de sequelas ou complicações estão ligadas ao tratamento, quais os benefícios reais que o tratamento em uma fase precoce tem sobre um tratamento mais tardio, além da possibilidade de um exame indicar uma doença que de fato não existe (falso-positivo), ou, ao contrário, deixar de apontar uma doença existente (falso-negativo).

                Todos esses fatores, de extrema importância para a sobrevida e para a qualidade de vida das pessoas, merecem atenção quando se pensa em submeter pessoas a um programa de rastreamento.

                Também é importante lembrar que o fato de realizar exames não são garantia de uma vida melhor e mais saudável, se não vier acompanhado de mudanças efetivas de comportamento, com adoção de hábitos mais saudáveis de vida.

                Assim, é imprescindível ressaltar que não há um conjunto de exames de sangue que devem ser solicitados para toda a população com uma periodicidade pré-determinada. Os exames e a periodicidade devem ser individualizados.

Toda solicitação de exames de rastreamento, ou seja, quando não há sinais e sintomas de doenças, deve ser realizada após conversa com um médico para que o conjunto de exames e a periodicidade destes seja direcionada pelos riscos individuais. Os ensaios clínicos randomizados não demonstraram benefício dos check-ups anuais pré-estabelecidos.                 Tendo em vista todas essas informações, o médico de referência poderá elaborar, para cada paciente, um produto que seja individualizado, racional e que façam total sentido com as expectativas da pessoa a ser cuidada. Tenha um médico de família para cuidar de você, até para o momento em que você pensa em fazer um check up.

Síndrome pós-COVID

Tipo da Condição: Gerais

A pandemia pelo novo coronavírus (COVID-19) causou, nos últimos 2 anos, uma morbidade e uma mortalidade de escala global sem precedentes. O Ministério da Saúde (MS) recebeu a primeira notificação de um caso confirmado de COVID-19 no Brasil em 26 de fevereiro de 2020 e, deste então, milhões de pessoas foram infectadas pela doença.

            Desde o início, temos manifestado profundo respeito a toda a população e a todos os problemas relacionados à pandemia, acompanhando, atentamente, medidas que reduzam as repercussões clínicas, tanto na saúde física quanto mental de pacientes e familiares.

            Além das sequelas imediatas causadas pelo vírus, aos poucos percebeu-se que um conjunto de sinais e sintomas ainda eram comuns aos casos já considerados recuperados. Estudos científicos publicados no mundo todo têm mostrado a existência de efeitos residuais causados pela infecção por COVID-19, como cansaço, falta de ar, dor torácica, distúrbios cognitivos, entre outros, acarretando queda importante na qualidade de vida, que pode se estender por um tempo prolongado, após a fase aguda da doença.

            A esse conjunto de consequências pós-infecciosas, os médicos deram o nome de síndrome pós-COVID. A síndrome pós-COVID é como o fim de uma festa: a música já acabou, os convidados já partiram, mas a casa ficou uma sujeira e tomará muito tempo até que a equipe de limpeza recolha todo o lixo e organize tudo em seus devidos lugares. E o tempo desta reorganização dependerá do número de pessoas envolvidas neste processo e dos materiais disponíveis para tal.

                Dentre os sintomas clínicos que afetam os mais diversos órgãos e sistemas, podemos elencar os mais comuns:

  •  Pulmonares: Falta de ar, diminuição da capacidade respiratória no exercício, baixa oxigenação persistente;

  •  Hematológicos: Eventos tromboembólicos;

  • Cardiovasculares: Palpitações, dor no peito, piora de uma doença pré-existente como descompensação de uma insuficiência cardíaca;

  •  Neuropsiquiátricos: Fadiga, dificuldade de concentração e memória, sensação de sono não reparador, depressão, ansiedade, transtorno do estresse pós-traumático

  • Endocrinológicos: Piora da diabetes, hipotireoidismo subagudo, desmineralização óssea

  • Gastrointestinais: alteração da microbiota intestinal, possibilidade de infecções oportunistas e depleção de bactérias comensais, podendo ocasionar síndrome do intestino irritável e dispepsia.

                Dessa forma, é imprescindível que o médico de família esteja atento, não só à fase aguda da doença, mas também às possíveis sequelas que o vírus pode deixar, de modo a reabilitar a pessoa de forma mais eficaz e precoce possível. Tenha um médico de família para chamar de seu e cuidar de você nesse momento tão desafiador que estamos vivendo.

Contracepção

Tipo da Condição: Aparelho Reprodutor

O tema da reprodução é muito comum na Atenção Primária à Saúde e cabe ao Médico de Família, também, orientar adequadamente pessoas e familiares sobre os diferentes modos de contracepção disponíveis e permitir que a família decida o método mais apropriado aos seus interesses.

Em linhas gerais, podemos dividir a contracepção em métodos hormonais, químicos, de barreira, naturais, definitivos e de emergência.

Veja, a seguir o que seria cada um deles:

                Contracepção hormonal: Envolve a combinação de estrogênio e progesterona ou de apenas progesterona. Existe a possibilidade de utilizar os hormônios, por exemplo, na forma de pílulas, de adesivo transdérmico, de injeção, de anel vaginal.

                Contracepção química: O mais efetivo é o DIU (dispositivo intrauterino) de cobre, mas também existem outras possibilidades como espermicidas na forma de geleias, supositórios e esponjas.

                Contracepção de barreira: Aqui entram os preservativos masculinos e femininos, que possuem a grande vantagem de prevenir contra infecções sexualmente transmissíveis. Também existe o diafragma, que normalmente é utilizado junto com um espermicida.

                Métodos naturais: Os métodos naturais se baseiam no conhecimento do período fértil do paciente. Entre as possibilidades, existe a “tabelinha”, o controle do muco cervical, o coito interrompido e o controle térmico da paciente.

                Contracepção definitiva: A esterilização masculina é feita por meio de um pequeno procedimento cirúrgico, chamado “vasectomia”. A esterilização feminina ocorre por meio da “laqueadura” das trompas uterinas.                 Contracepção de emergência: É utilizada após uma relação sexual desprotegida, sendo administrada uma alta dose de hormônio. Esse método pode ter falhas e alguns efeitos colaterais por conta da elevada dosagem de hormônios.