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OS PERIGOS DA BUSCA PELA BELEZA INATINGÍVEL

“Mude seu corpo”, “Fique magra”, “Barriga chapada já!”: estas manchetes, com forte apelo à estética, sempre estamparam a maioria das revistas destinadas ao público feminino, mas tomaram proporções inimagináveis com o avanço das redes sociais.


Ao longo da história, as mulheres sempre estiveram à procura de ideais de beleza. Se na década de 50, Marilyn Monroe exibia quadris largos, busto farto e cintura fina, 30 anos mais tarde, Cindy Crawford, Linda Evangelista e Naomi Campbell despontavam como supermodelos de corpo atlético, alto e curvilíneo. Posteriormente, Kate Moss tornava-se ícone no mundo da moda pela magreza excessiva, tendo já sido acusada de promover a anorexia.


Já nos últimos anos, o Brasil tem experimentado o estilo fitness, marcado por corpo magro, músculos ultra definidos e barriga chapada, e, todos os dias, as redes sociais são alimentadas pela rotina de treinos dos influenciadores digitais.
O Brasil também ocupa posição de destaque no número de cirurgias plásticas, perdendo, apenas, para os Estados Unidos. Também se nota, nos últimos anos, um aumento expressivo da busca por clínicas estéticas e pelas dietas de cunho mais restritivo.


No entanto, o padrão de beleza idealizado pela sociedade e amplamente divulgado pelos diferentes meios midiáticos nunca esteve tão distante da beleza comum, e os sacrifícios pela busca do padrão inatingível, muitas vezes, acabam por colocar em risco a própria saúde.


Sabe-se que a divulgação de determinados padrões de beleza acaba por exercer uma pressão social que afeta a noção corporal, faz com que a identidade e a particularidade se percam e o corpo torne-se um objeto de ambição. As sentenças das revistas reforçam a ideia de transformação, estimulando sempre a leitora a transformar, mudar, moldar ou esculpir seu corpo.


A busca da beleza escultural faz mulheres procurarem cosméticos milagrosos, ingerirem pílulas propagadas como naturais e injetarem substâncias aparentemente capazes de fazer milagres. Neste sentido, cresce a venda clandestina de remédios para emagrecer. As propagandas anunciadas em pesquisa rápida pela internet prometem atingir resultados positivos e em curto prazo, sem a necessidade de tempo e esforço físico na modelagem do corpo.


No ano passado, a morte de uma mulher moradora de Lages, na serra catarinense, devido a um medicamento emagrecedor vendido como natural, acendeu a discussão sobre casos de morte semelhantes no País pelo mesmo motivo.


O que se nota é um crescente número de mulheres com discreto aumento do peso e que acabam por procurar caminhos perigosos devido a um padrão social de peso e de imagem corporal. Este fenômeno ocorre porque está intimamente atrelado a forma como a pessoa se vê. Envolve, especialmente, a autoestima e a mulher pode projetar uma infelicidade que está relacionada a outras áreas de sua vida nos aspectos físicos de sua imagem.


Não há dúvidas que, em se tratando de uma doença chamada obesidade, em que existe necessidade de perder peso pela saúde, o médico pode lançar mão de alguns medicamentos, como parte do tratamento, após minuciosa avaliação dos riscos individuais e sempre associado à alimentação saudável, à prática de exercícios físicos regulares e, também, levando em conta os aspectos relativos à saúde mental.


Desta maneira, para emagrecer com qualidade, de forma saudável, não existe poção mágica, tratamento milagroso ou comportamento passivo com relação aos hábitos de vida. A mudança precisa ocorrer, em primeiro lugar, de dentro para fora e, assim, o padrão mais cobiçado de beleza será aquele que expõe a sua melhor versão!